sábado, 20 de novembro de 2010

PROCLAMO TODOS OS POETAS OS MEUS MESTRES - Pablo Neruda

     "O mundo das artes é uma grande oficina em que todos trabalham e se ajudam. E, em primeiro lugar, estamos ajudados pelo trabalho dos que nos precederam, e já se sabe que não há Rubén Darío sem Góngora, nem Apollinaire sem Rimbaud,  nem Baudelaire sem Lamartine, nem Pablo Neruda sem todos eles juntos. E é por orgulho, não por modéstia, que proclamo todos os poetas os meus mestres, pois que seria de mim sem minhas longas leituras de quanto se escreveu em minha pátria e em todos os universos da poesia ?" 


(do livro PARA NASCER NASCI,
  de Pablo Neruda
- Editora Record, Rio, 1977)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

HERMÉTICAS SÃO AS PESSOAS, NÃO OS POEMAS, de Carlos Nejar

     "Aprendi que as palavras têm cheiro, gosto, cor. Há todo um mundo escondido nelas. É preciso chegar a esse mundo silencioso.  
     Quando é poesia, não existe hermetismo, a não ser aquela névoa que cobre, levemente, a terra. Herméticas são as pessoas, não os poemas. Sobretudo, as que chamam "herméticos" os poemas, tentando afastar o possível leitor.
     Devemos nos aproximar mais do poema, lendo-o, aceitando-o, ser vivo, inteiro, com mãos, braços. Às vezes um pouco magro, outras, gordo, alto ou baixo. A vida salta adiante. Contrapõe-se, desafia. Muitas vezes não se pode caçá-la, borboleta.
     Um poema lido em voz alta - e há uma tradição fonética na poesia do Rio Grande - pode tomar compreensão que parece não ter no seu silêncio sobre a página.
     Embora o poema também se alimente de silêncio.  Como as ervas se nutrem, densamente, de orvalho."

 CARLOS NEJAR 

(do livro A CHAMA É UM FOGO ÚMIDO,
~Coleção Afrânio Peixoto/
Academia Brasileira de Letras, Rio, 1994)
    

sábado, 6 de novembro de 2010

"Poesia é o reino de uma razão que está além da razão" / Lêdo Ivo

     "Na história da poesia, as invenções que surgem  ao dia claro nem sempre ostentam ou apregoam as suas longas gestações, apresentando-se habitualmente como frutos surpreendentes  dos instantes e temperamentos. Tais descobertas quase sempre restauram  e retomam técnicas abandonadas e antigas proscrições, sustentando o movimento pendular da poesia, sempre oscilante entre o rigor e o excesso. Mas no largo território onde as epigonias surgem desenvoltas como cogumelos ou estações repetidoras, as famílias espirituais estão longe de exibir suas cartas nítidas de procedência.  Corre-lhes nas veias um sangue misturado e confundido, e sempre será difícil para a crítica mais atilada ou ambiciosa discernir entre o construtivismo mais acirrado e o mais escancarado movimento de libertação do poeta que, sacudindo o jugo das injunções escolares ou geracionais, abre ou, de repente, encontra abertas as portas do seu cativeiro, e avança soberanamente com a sua exaltação pessoal.  

............................................................ 

(...) o reino da poesia é o reino de  uma razão que está além da razão : no domínio privilegiado da imaginação acesa e iluminadora."   


                                                                              LÊDO IVO 
                                                                     (Apresentação de "Fogo Úmido", 
                                                                      de Carlos Nejar -  ABL, Rio de Janeiro, 1994)


       

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A PALAVRA MAIS HUMANA

O poema se inscreve em mim
como os filhos que se criam em cada criatura.
Materializo essa matéria aérea 
concretizo palavra por palavra 
o desenho mágico do seu alfabeto incomum
a construção erguida do Nada 
e que hoje não é Coisa Inexistência Morte 
- hoje é a palava mais humana da Existência da Vida



Recife, Santo Amaro,
21/outubro/2010.

domingo, 17 de outubro de 2010

O MELHOR CONSELHO QUE SE PODE DAR A UM JOVEM POETA - T. S. Eliot

     "É tremendamente perigoso dar conselho geral. Acho que o melhor conselho que se pode dar a um jovem poeta é criticar um detalhe de determinado poema. Argumentar com ele, se necessário; dar-lhe nossa opinião, se houver quaisquer generalizações a serem feitas, e deixar que ele próprio o faça.  Tenho verificado que pessoas diversas têm maneiras diferentes de trabalhar e que as coisas lhes chegam de modo diferente.  Nunca se tem a certeza de estar-se proferindo uma enunciação que seja geralmente válida para todos os poetas, ou quando se trata de algo que só se aplica à gente. Penso que nada é pior que a gente procurar formar alguém à nossa própria imagem."   



(Entrevista de T.S. Eliot a "Paris Review",
 incluída no livro ESCRITORES EM AÇÃO,
Paz e Terra, São Paulo, SP, 1968)  

domingo, 10 de outubro de 2010

O POEMA, de Geraldino Brasil

O poema não deve ser um conjunto de palavras como esta 
dando uma definição dicionária 
Nem oferecendo uma indefinição.


Deve ser melhor
do que bom apenas 
e não se acabar como o sorvete
que se tomou sem a namorada.


As palavras procuradas pelo seu poeta
não serão daquelas que o leitor
tenha de consultar o dicionário
ou, pelas outras do poema,
o deixam desinteressado do trabalho.  


O poema deve menos falar e mais dizer.
Pode ter de gritar
a quem tem ouvidos moucos.
Pode falar a quem sabe
ouvir silêncios de uma pessoa que conversa. 



(do livro A INTOCÁVEL BELEZA DO FOGO)  

sábado, 25 de setembro de 2010

ARTE POÉTICA, de Vicente Huidobro

Que o verso seja como chave
que abre mil portas.
Uma folha cai, algo passa voando;
quando os olhos fitam criado seja,
e a alma do ouvinte fique palpitando.  

Inventa novos mundos, cuida da palavra;
o adjetivo quando não dá vida, mata.

Estamos no céu dos nervos.
O músculo pende,
como recordação, nos museus;
mas nem por isso temos menos força :
 o vigor verdadeiro
 reside na cabeça.

Por que cantais a rosa, poetas ?
fazei-a florir no poema. 

Só para nós
vivem sob o sol as coisas todas.

O poeta  é um pequeno Deus.  


(Chile, 1893 - 1948)

_____________________________________________
Transcrito da antologia POESIA DO SÉCULO XX,
organização e tradução de Jorge de Sena 
- Editorial Inova, Porto, Portugal, 1975

sábado, 18 de setembro de 2010

FERREIRA GULLAR : "Toda essa matéria de verdade e de sonho que há dentro das pessoas é que é a coisa mais importante da poesia"

     "A gente vai escrevendo. Escreve um poema hoje, um poema amanhã.  Embora tudo isso tenha uma unidade, porque é uma mesma pessoa que faz, há sempre um caráter fragmentário. Acho que todo poeta tem a necessidade de um dia fazer aquela obra que é a síntese de tudo o que ele pensou e viveu. Eu pelo menos sentia que o que eu  tinha dito estava dito parcialmente em uma quantidade de poemas, mas a soma desses elementos não dava a totalidade do que eu queria. Os poemas escritos já eram parte da minha própria vida e o que estava neles era, de certo modo, o passado, também. Eu, portanto, teria que encontrar uma expressão que fosse capaz de exprimir não só o que eu sentia ao escrevê-los, mas também o resto da vida que estava fora deles. 

...................................................................    

     Eu acho que se a poesia tem alguma importância, a importância dela é estabelecer a comunicação entre as pessoas num nível afetivo. O poeta modifica a linguagem, subverte a linguagem, como consequência da necessidade de exprimir o que ele quer exprimir.  O objetivo não é subverter a linguagem. Isso é uma consequência.  O objetivo é se comunicar com as pessoas. E dentro desse comunicar com as pessoas há um mundo de coisas... Ele quer exaltar a vida, às vezes. Ele quer protestar, quer denunciar, quer comunicar a beleza que ele descobriu  numa relação com outra pessoa ou na manhã ou na  tarde. Ele quer futucar o mistério da existência.  Toda essa matéria de verdade e de sonho que há dentro das pessoas é  que é a coisa mais importante da poesia. Quando não tem isso não há poesia e é melhor ir à praia."

..................................................................

(do livro CADERNO DE CONFISSÕES BRASILEIRAS 
-  entrevistas a Geneton Moraes Neto -,
Editora Comunicarte, Recife, 1982). 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"UM POETA" / Antonio Skarmeta (Chile)

Os olhos de um poeta
são a casa das coisas


Os lábios de um poeta 
são a casa das palavras     




(do livro inédito A PALAVRA MAIS HUMANA)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"POESIA A SERVIÇO DA VERDADE" / Ernesto Fraeri

     "A poesia é atividade imediata da natureza criativa do homem, que plasma incessantemente o próprio mundo. Ela deve abster-se dos acontecimentos subjetivos e das lágrimas do sentimentalismo pessoal para alcançar a esfera da objetividade, o que significa que ela se põe a serviço da verdade."  


(Epígrafe da antologia A POESIA GOIANA NO SÉCULO XX,
organizada por Assis Brasil / Imago Editora, Rio, 1997)

domingo, 25 de julho de 2010

ESCAVAÇÕES, de Neide Archanjo

Andar sobre as águas
atravessar paredes abismos
é próprio do poeta
como é próprio do trigo
ser flor
e pão.  



..........................................



Noite adentro 
olhos ancorados em Deus
dormem os animais
as crianças as plantas
e algum poeta.  


Ninguém mais.  




(do livro ESCAVAÇÕES, São Paulo, 1980).  

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"POESIA TIRA O SONO, É UM NEGÓCIO QUE NÃO AJUDA A DORMIR" (Caetano Veloso)

     "Houve um tempo em que eu lia muito poesia por gosto.  Mas acontece o seguinte, eu leio na hora de dormir, quando eu me deito. Só leio nessa hora.  Leio jornal durante o dia mas livro eu tenho vergonha de ler durante o dia, ir no escritório botar um livro e ler assim sentado.  Eu não sinto isso como natural.  Eu me deito e leio, o que quer que eu leia é nessa hora... Eu fico muito tempo lendo, porque eu demoro muito pra dormir,  e a poesia não dá sono.  Poesia tira o sono, poesia é um negócio que não ajuda a dormir.  A prosa não, toda prosa mesmo, qualquer coisa, "Guerra e Paz", qualquer livro, você lê, se interessa, mas a narração combina com você ir se acalmando... você vai continuar no dia seguinte, a história tem um fio. 

     Poesia não.  Poesia às vezes é um negocinho, um livro pequenininho, com umas poucas palavras em cada página, é uma coisa tão densa que lhe põe numa situação difícil... É curioso, você pode, fisicamente, ler um livro de poesia, às vezes muito denso, em 15 minutos, em 10 minutos, né ? 

    Se uma pessoa diz assim, vou ler "Mensagem", do Fernando Pessoa, todo, como quem lê um romance... Os poemas são pequenos, não são muitos, e o livro é pequeno.  Você lê aquilo rápido.  Mas é difícil que você realmente tenha lido aquele livro, porque são tantos romances que se passam às vezes entre duas palavras só."   



(Caderno MAIS!, Folha de São Paulo,
9 de agosto de 1992).   

sábado, 17 de julho de 2010

ITINERÁRIO DE PASÁRGADA, de Manuel Bandeira (1)

     ......................................................................

     O que há de especial nessas reminiscências (e em outras dos anos seguintes, reminiscências do Rio e de São Paulo, até 1892, quando voltei a Pernambuco, onde fiquei até os dez anos) é que, não obstante serem tão vagas, encerram para mim um conteúdo inesgotável de emoção.  A certa altura da vida vim a identificar essa emoção particular com outra - a de natureza artística.  Desde esse momento, posso dizer que havia descoberto o segredo da poesia, o segredo do meu itinerário em poesia.  Verifiquei ainda que o conteúdo emocional daquelas reminiscências da primeira meninice era o mesmo de certos raros momentos em minha vida de adulto :  num e nouto caso  alguma coisa que resiste à analise da inteligência e da memória consciente, e que me enche de sobressalto ou me força a uma atitude de apaixonada escuta. 

     O meu primeiro contato com a poesia sob a forma de versos terá sido provavelmente em contos de fadas, em histórias da carochinha. No Recife, depois dos seis anos. 

....................................................................................


     Aos versos dos contos da carochinha devo juntar os das cantigas de roda, algumas das quais sempre me encantavam, como "Roseira, dá-me uma rosa",  "O anel que tu me deste", "Bão, balalão, senhor capitão", "Mas para quê tanto sofrimento".  Falo destas porque as utilizei em poemas.  E também as trovas populares, coplas de zarzuelas, "complets" de operetas francesas, enfim versos de toda a sorte que me ensinava meu pai. 

...................................................................................

     Assim, na companhia paterna, ia me embebendo dessa idéia de que a poesia está em tudo - tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas. 



(do livro ITINERÁRIO DE PASÁRGADA, Manuel Bandeira
- Rio de Janeiro, 1954)

sábado, 12 de junho de 2010

A PALAVRA MAIS HUMANA (17) / Mário Quintana

"DIÁRIO POÉTICO"


Trova


Brotando por entre as fráguas
E abismado, frágil, incerto,
O verso é sempre um milagre :
Pura rosa do deserto !



..............................................................................


Todas as antigas civilizações, por mais afastadas uma das outras, no tempo e no espaço - sempre começaram descobrindo três coisas : a poesia, a bebida e a religião.


..........................................................................................


Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...



......................................................................................,,


Trova


Fez Deus o mundo em seis dias
E descansou desde então...
Mas os poetas continuaram
A obra da criação.  



................................................................


Mas para que interpretar um poema ?  Um poema já é uma interpretação.




(Porto Alegre, RS, 1987)   

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A PALAVRA MAIS HUMANA (16) / Geraldino Brasil

A    P O E S I A



A Poesia não exige que sejas grande.
Não te quer maior ou menor do que és. 
Não lhe serve que fales como falaram.
Repetir é parar onde chegaram.  


Não te afastes dela. 
A Poesia quer apenas
o teu jeito de ver e de dizer.  



(Recife, Pernambuco)

A PALAVRA MAIS HUMANA (15) / Maria de Lourdes Hortas

M A L A



Espécie de mala
a alma
do poeta
porão onde se guarda
tudo o que serve
para a poesia :
cartas por enviar
labirintos de intenções
partituras inacabas
vertigens inominadas
catedrais de silêncio
mapas indecifrados 
medos, lápides
eclipses, horizontes
icebergues, vulcões
sonatas de chuva
retratos em sépia
arquivo de auroras
e crepúsculos 
maravilhas de instantes
tempo avulso
que se escoa e nos leva
na voragem da ciranda.  


O que guardo na alma
abro na poesia :
nela interrogo a vida
dia após dia.   


_________________________________

(do livro RUMOR DE VENTO,
Maria de Lourdes Hortas,
Panamérica Nordestal Editora,
Recife, 2009)

sábado, 5 de junho de 2010

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (3) / Mário de Andrade

DO "PREFÁCIO INTERESSANTÍSSIMO"



     "Escrever arte moderna não significa para mim representar a vida atual no que ela tem de exterior : automoveis, cinema, asfalto.  Se estas palavras frequentam-me o livro não é porque pense com elas escrever moderno, mas porque sendo meu livro moderno elas têm nele sua razão de ser."


(São Paulo, 1921)

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (2) / Saint-John Perse

POETA : A CONSCIÊNCIA DO SEU TEMPO



     "Diante da energia nuclear, será bastante a lâmpada de barro do poeta ? - Sim, se o homem se lembrar do barro.  Para o poeta, ser a consciência do seu tempo é o bastante." 


     (Transcrito de O CORREIO DA UNESCO,
       número 10/11,1982)

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (1)

A LITERATURA COMEÇA PELA POESIA



      "Em todas as civilizações e em todas as línguas, a literatura começa pela poesia e não pela prosa. Daí a importância da poesia."


EMÍLIO GARCIA GÓMEZ
(membro da Real Academia de La Historia de Madrid)


  

´POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (1)

"A LITERATURA COMEÇA PELA POESIA"




Em todas as civilizações e em todas as línguas, a literatura começa pela poesia e não pela prosa. 
Daí a importância da poesia.



                                                                            EMÍLIO GARCIA GÓMEZ
                                                                            (membro da Real Academia
                                                                             de La Historia, de Madrid)
    

                                    

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Departamento de Letras da FAMASUL lança "Americanto Amar América" em Palmares (2)

     Inicialmente, tive a grata surpresa e a alegria emocionada de ser saudado pelo professor e poeta Admmauro Gomes, que traçou um ligeiro perfil do poeta que conheceu, quando ele, Admmauro, ainda "era ginasiano em Palmares", e que representou, para ele, desde os seus tempos de estudante até a sua dedicação profissional à Literatura, "um exemplo de poeta em tempo integral".  Para Admmauro Gommes, como ele fez questão de afirmar, "Juareiz Correya, com a sua poesia e a sua crença na palavra poética, exerceu influência direta na minha geração e junto a todos os novos poetas de Palmares e da nossa região". E, exemplificando o que dizia, Admmauro Gommes apresentou um documentário televisivo, do Acervo do Departamento de Letras da FAMASUL, realizado pelo jornalista Francisco José, da Rede Globo Nordeste, sobre a terceira edição da antologia POETAS DOS PALMARES, que eu organizei e publiquei, em 2002, quando presidia a Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da Prefeitura dos Palmares.   

     Em seguida, apresentei o meu livro, que, ao registrar a gênese da minha poesia, em janeiro de 1970, evidencia a presença da Cidade dos Palmares, e a minha relação direta com a sua poesia e os seus poetas, "nos caminhos que vão e voltam" do meu itinerário poético.  Em minha palestra, que transformo sempre em um recital aberto e ordenado cronologicamente para melhor compreensão do livro apresentado, destaquei vários poemas de publicações e períodos distintos : "História de Província" (POETAS DOS PALMARES, 1973), "Poema para Lea" (AMERICANTO AMAR AMÉRICA, 1975),  "Passagem na Ponte" (RECITY RECIFE, 1976), "Melhor é Amar" (O AMOR É UMA CANÇÃO PROIBIDA, 1979).  E também fiz uma leitura fragmentada do texto "A Palavra AMERICANTO", inserido no final do volume, no qual relevo a origem do poema-título "Americanto Amar América", em São Paulo, quando eu tinha 21 anos de idade (1972), até o dia em que tomou forma definitiva em Palmares e foi publicado no Recife (1975).  A palavra AMERICANTO, como está evidenciado em mais de 70 mil registros na Internet (Google), nascida com o meu poema, no ano da sua publicação, eclodiu depois em corações e mentes do Brasil (no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo), da América (Argentina, Chile, Bolívia, México, Estados Unidos) e até na Europa (França,Itália), por causa da sua "força agregadora e tão bem identificada com a alma latino-americana."  

     Encerrei a apresentação do meu livro com a leitura dos quatro cantos/estrofes iniciais do "Americanto Amar América" (são nove cantos/estrofes).  Assim começa o poema :

"América
mulher de carnes cruas pregadas no meu peito 
como colunas de ventos colossais
meus gritos são alegria de tambores
& montanhas de plástico
são doces campos de açúcar
& rios de sangue cheios de troncos negros
queimados na dança dos teus cabelos
que a noite estupra gargalhadando"



(Texto de JUAREIZ CORREYA)



quinta-feira, 20 de maio de 2010

Departamento de Letras da FAMASUL lança "Americanto Amar América" em Palmares

     Em clima de festa, o Departamento de Letras da FAMASUL - Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul / AEMASUL, autarquia da Prefeitura dos Palmares, promoveu o lançamento do meu livro - AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20 -, sexta-feira, dia 14 de maio, às 19 horas, no auditório da Biblioteca Ascenso Ferreira.  Especialmente destinado aos estudantes do Curso de Letras da faculdade, o evento foi também prestigiado por palmarenses, amigos e conhecidos, nesse dia em que voltei a Palmares, minha cidade natal, após 5 anos de ausência e completo distanciamento da sua vida cultural. 

     Organizado pelo professor João Constantino, à frente do Departamento de Letras da FAMASUL, com a colaboração do professor e historiador Valter Portela, o lançamento do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, em Palmares, foi realizado com o apoio da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho e Secretaria de Educação, da Prefeitura dos Palmares, CDL - Clube dos Diretores Lojistas e Rádio Cultura dos Palmares. Na ocasião, com a prestigiosa presença do diretor da FAMASUL, professor Elpídio Câmara, do presidente da AEMASUL, professor José Xavier da Silva Sobrinho, da presidente da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, Dra. Lúcia Helena Porto, do ex-secretário de Turismo da Prefeitura dos Palmares, Coronel Reginaldo Ferreira, o encontro com os estudantes do Curso de Letras da FAMASUL, numa atmosfera de cordialidade e descontração, foi agradável e muito positivo.  

   ................................................................

     Além de informações divulgadas nos noticiários da Rádio Cultura dos Palmares, o evento foi documentado pela Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, pelo site Palmares Fest (http://www.palmaresfest.com.br/), do jornalista Marcos Sales, e pela fotógrafa Ângela Torres, especialmente para a rede social CASA DA POESIA (http://casadapoesia-jc.ning.com/profile/JuareizCorreya) . -  Texto de Juareiz Correya

domingo, 25 de abril de 2010

CASA DA POESIA no Recife : Antonio Botelho, Fernando Araújo e Lourdes Sarmento

     Na primeira terça-feira de cada mês, a partir do dia 4 de maio deste ano, a Panamérica Nordestal Editora e a Revista ENCONTRO (GPL-PE) promovem o Projeto CASA DA POESIA no auditório do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco (Rua Imperador Pedro II, 290, Recife, PE).  A entrada é franca para estudantes, professores e admiradores da poesia em geral. 

     O primeiro encontro, terça-feira, dia 4 de maio, às 17 horas, apresenta os poetas pernambucanos Antonio Botelho (Recife), Fernando Araújo (Palmares) e Lourdes Sarmento (Recife), que vão expor ao público presente informações sobre as suas vidas e os seus textos publicados ou inéditos.  Nessa ocasião, CASA DA POESIA homenageará o 115o. aniversário de nascimento do poeta pernambucano Ascenso Ferreira, nascido, no dia 9 de maio/1895, em Palmares, e falecido, no dia 5 de maio/1965, no Recife.  Os poetas Juareiz Correya, Fernanda Jardim e José Terra são responsáveis pela organização da CASA DA POESIA.


OS POETAS DE MAIO


     Antonio Botelho nasceu no Recife (PE) em maio de 1967.  Advogado, funcionário público federal.  Vive em Brasília (DF).  Vencedor do Concurso Mauro Mota de Poesia (Recife, 1994).  Poemas publicados em revistas e jornais de Pernambuco.  Livros de poesia publicados :  A PALAVRA NOME, O CÍRCULO DAS SOMBRAS.  Publica, neste ano de 2010, O NÁUFRAGO (Coleção Invenção de Poesia / Editora Arribaçã, Recife). 


     Fernando Araújo nasceu em Palmares (PE) e vive em Olinda.  Atualmente é secretário de Turismo, Cultura e Esportes da Prefeitura Municipal de Igarassu (PE).  Poemas publicados no "Suplemento Literário" do Diário de Pernambuco.  Livros de poesia publicados (desde a década de 1980) : UM BOLERO COM LURRAN, TEMPOS NUS, REINCIDÊNCIA, TRANSE DAS HORAS, OBSERVATÓRIO DE ABSTRAÇÕES.  


     Lourdes Sarmento nasceu no Recife (PE).  Poetisa, ficcionista, biógrafa e jornalista, organizou e publicou antologias poéticas nordestinas e brasileiras.  Participação em mais de 80 antologias publicadas no Brasil e no Exterior (França, Portugal, Peru).  Publicou a antologia POÉSIE DU BRÉSIL (França, 1997).  Livros de poesia publicados :  POEMAS DO DESPERTAR, EXPLOSÃO DAS MANHÃS, AMOR NOS TRÓPICOS, OLHOS DE TIGRE, GUARDIÃ DAS HORAS, A POESIA É ETERNA, 50 POEMAS ESCOLHIDOS PELO AUTOR.   


_____________________________________________

Rede social CASA DA POESIA 
(http://casadapoesia-jc.ning.com/profile/JuareizCorreya)           

domingo, 11 de abril de 2010

CASA DA POESIA apresenta poetas contemporâneos no Gabinete Português de Leitura de Pernambuco

     Na primeira terça-feira de cada mês, a partir do dia 4 de maio/2010, a Panamérica Nordestal Editora e a Revista ENCONTRO (GPL-PE) promovem o Projeto CASA DA POESIA, no auditório do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco (Rua Imperador Pedro II, 290, Santo Amaro, Recife, PE).  Cada encontro apresentará três poetas convidados que vão expor ao público presente informações sobre a sua vida e a sua poesia publicada e ou inédita.  Na ocasião, os poetas realizarão lançamentos e relançamentos das suas publicações e terão a oportunidade de discorrer sobre futuros projetos. 
     Antonio Botelho (Recife, PE), Fernando Araújo (Palmares, PE) e Lourdes Sarmento (Recife, PE) são os poetas pernambucanos convidados para a primeira edição do Projeto CASA DA POESIA. Mais informações em novas postagens deste blog e na rede social CASA DA POESIA (http://casadapoesia-jc.ning.com.br/profile/juareizcorreya)