terça-feira, 13 de novembro de 2012

A PALAVRA MAIS HUMANA DOS POETAS, de Juareiz Correya






Os poetas não são santos
e não fazem milagres em suas cidades. 
Escrevem porque não sabem fazer outra coisa
fabricar um navio um avião 
plantar uma árvore 
parir um filho
escrevem porque é necessário para as suas vidas
e para ninguém mais 
e sem escrever os poetas  não respiram 
- um bocado de barro que não anda 
um animal que não sonha e não procria. 
Os poetas escrevem
porque os homens precisam das suas palavras 
e são tão necessitados de poesia
(como o sopro inicial da criação)
que não sabem sequer pronunciar seu nome. 
Assim os homens e as mulheres e as cidades 
não sabem quem são os poetas quando eles nascem
e passarão todos os séculos para que saibam um dia 
que a poesia nasceu
quando a humanidade nascia. 


(Santo Amaro, Recife /  
14 de novembro  2012)
 

domingo, 11 de novembro de 2012

O POETA É BELO, de Mário Quintana





O poeta é belo como o Taj-Mahal 
feito de renda e mármore e serenidade 


O poeta é belo como o perfil de uma árvore 
ao primeiro relâmpago da tempestade  


O poeta é belo porque os seus farrapos 
são do tecido da eternidade    



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Transcrito do Blog VERSUSDIVERSUS
- http://versusdiversus.blogspot.com.br