"Em lugar da escrita instrumental, objetiva e bem comportada, o poeta coloca a criatividade em primeiro plano e, se for necessário, transgride as regras e as limitações ditadas pela gramática, as convenções, os preconceitos ideológicos e linguísticos, a opinião pública, a moralidade e os jogos de interesses.
O poeta não segue uma pauta exterior, um esquema restrito como o que estudamos na linguagem instrumental e puramente comunicativa. Ele trabalha a palavra antenada com o mundo interior, a vida social e o cosmos, abrindo a sua sensibilidade para pensamentos, sensações, sentimentos, lembranças e visões. A sua matéria prima são ideias, associações de palavras, imagens, ritmos, sonoridades, vibrações. Com isto ele constrói o seu texto e o seu diferencial. Aí se resume a chamada liberdade poética." (MARCELO MÁRIO DE MELO)
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(Trecho do artigo "A Linguagem Poética"
- Folha de Pernambuco / Opinião, página 8
- Recife, PE, 11 de novembro de 2014)