sábado, 12 de junho de 2010

A PALAVRA MAIS HUMANA (17) / Mário Quintana

"DIÁRIO POÉTICO"


Trova


Brotando por entre as fráguas
E abismado, frágil, incerto,
O verso é sempre um milagre :
Pura rosa do deserto !



..............................................................................


Todas as antigas civilizações, por mais afastadas uma das outras, no tempo e no espaço - sempre começaram descobrindo três coisas : a poesia, a bebida e a religião.


..........................................................................................


Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...



......................................................................................,,


Trova


Fez Deus o mundo em seis dias
E descansou desde então...
Mas os poetas continuaram
A obra da criação.  



................................................................


Mas para que interpretar um poema ?  Um poema já é uma interpretação.




(Porto Alegre, RS, 1987)   

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A PALAVRA MAIS HUMANA (16) / Geraldino Brasil

A    P O E S I A



A Poesia não exige que sejas grande.
Não te quer maior ou menor do que és. 
Não lhe serve que fales como falaram.
Repetir é parar onde chegaram.  


Não te afastes dela. 
A Poesia quer apenas
o teu jeito de ver e de dizer.  



(Recife, Pernambuco)

A PALAVRA MAIS HUMANA (15) / Maria de Lourdes Hortas

M A L A



Espécie de mala
a alma
do poeta
porão onde se guarda
tudo o que serve
para a poesia :
cartas por enviar
labirintos de intenções
partituras inacabas
vertigens inominadas
catedrais de silêncio
mapas indecifrados 
medos, lápides
eclipses, horizontes
icebergues, vulcões
sonatas de chuva
retratos em sépia
arquivo de auroras
e crepúsculos 
maravilhas de instantes
tempo avulso
que se escoa e nos leva
na voragem da ciranda.  


O que guardo na alma
abro na poesia :
nela interrogo a vida
dia após dia.   


_________________________________

(do livro RUMOR DE VENTO,
Maria de Lourdes Hortas,
Panamérica Nordestal Editora,
Recife, 2009)

sábado, 5 de junho de 2010

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (3) / Mário de Andrade

DO "PREFÁCIO INTERESSANTÍSSIMO"



     "Escrever arte moderna não significa para mim representar a vida atual no que ela tem de exterior : automoveis, cinema, asfalto.  Se estas palavras frequentam-me o livro não é porque pense com elas escrever moderno, mas porque sendo meu livro moderno elas têm nele sua razão de ser."


(São Paulo, 1921)

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (2) / Saint-John Perse

POETA : A CONSCIÊNCIA DO SEU TEMPO



     "Diante da energia nuclear, será bastante a lâmpada de barro do poeta ? - Sim, se o homem se lembrar do barro.  Para o poeta, ser a consciência do seu tempo é o bastante." 


     (Transcrito de O CORREIO DA UNESCO,
       número 10/11,1982)

POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (1)

A LITERATURA COMEÇA PELA POESIA



      "Em todas as civilizações e em todas as línguas, a literatura começa pela poesia e não pela prosa. Daí a importância da poesia."


EMÍLIO GARCIA GÓMEZ
(membro da Real Academia de La Historia de Madrid)


  

´POESIA, A PALAVRA MAIS HUMANA (1)

"A LITERATURA COMEÇA PELA POESIA"




Em todas as civilizações e em todas as línguas, a literatura começa pela poesia e não pela prosa. 
Daí a importância da poesia.



                                                                            EMÍLIO GARCIA GÓMEZ
                                                                            (membro da Real Academia
                                                                             de La Historia, de Madrid)