sexta-feira, 21 de maio de 2010

Departamento de Letras da FAMASUL lança "Americanto Amar América" em Palmares (2)

     Inicialmente, tive a grata surpresa e a alegria emocionada de ser saudado pelo professor e poeta Admmauro Gomes, que traçou um ligeiro perfil do poeta que conheceu, quando ele, Admmauro, ainda "era ginasiano em Palmares", e que representou, para ele, desde os seus tempos de estudante até a sua dedicação profissional à Literatura, "um exemplo de poeta em tempo integral".  Para Admmauro Gommes, como ele fez questão de afirmar, "Juareiz Correya, com a sua poesia e a sua crença na palavra poética, exerceu influência direta na minha geração e junto a todos os novos poetas de Palmares e da nossa região". E, exemplificando o que dizia, Admmauro Gommes apresentou um documentário televisivo, do Acervo do Departamento de Letras da FAMASUL, realizado pelo jornalista Francisco José, da Rede Globo Nordeste, sobre a terceira edição da antologia POETAS DOS PALMARES, que eu organizei e publiquei, em 2002, quando presidia a Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da Prefeitura dos Palmares.   

     Em seguida, apresentei o meu livro, que, ao registrar a gênese da minha poesia, em janeiro de 1970, evidencia a presença da Cidade dos Palmares, e a minha relação direta com a sua poesia e os seus poetas, "nos caminhos que vão e voltam" do meu itinerário poético.  Em minha palestra, que transformo sempre em um recital aberto e ordenado cronologicamente para melhor compreensão do livro apresentado, destaquei vários poemas de publicações e períodos distintos : "História de Província" (POETAS DOS PALMARES, 1973), "Poema para Lea" (AMERICANTO AMAR AMÉRICA, 1975),  "Passagem na Ponte" (RECITY RECIFE, 1976), "Melhor é Amar" (O AMOR É UMA CANÇÃO PROIBIDA, 1979).  E também fiz uma leitura fragmentada do texto "A Palavra AMERICANTO", inserido no final do volume, no qual relevo a origem do poema-título "Americanto Amar América", em São Paulo, quando eu tinha 21 anos de idade (1972), até o dia em que tomou forma definitiva em Palmares e foi publicado no Recife (1975).  A palavra AMERICANTO, como está evidenciado em mais de 70 mil registros na Internet (Google), nascida com o meu poema, no ano da sua publicação, eclodiu depois em corações e mentes do Brasil (no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo), da América (Argentina, Chile, Bolívia, México, Estados Unidos) e até na Europa (França,Itália), por causa da sua "força agregadora e tão bem identificada com a alma latino-americana."  

     Encerrei a apresentação do meu livro com a leitura dos quatro cantos/estrofes iniciais do "Americanto Amar América" (são nove cantos/estrofes).  Assim começa o poema :

"América
mulher de carnes cruas pregadas no meu peito 
como colunas de ventos colossais
meus gritos são alegria de tambores
& montanhas de plástico
são doces campos de açúcar
& rios de sangue cheios de troncos negros
queimados na dança dos teus cabelos
que a noite estupra gargalhadando"



(Texto de JUAREIZ CORREYA)



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