quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

EM NOME DA POESIA : PABLO NERUDA, AIMÉ CÉSAIRE, RABINDRANATH TAGORE





PABLO NERUDA (CHILE)

"A poesia é sempre um ato de paz.  
 O poema nasce da paz como o pão nasce da farinha." 



AIMÉ CÉSAIRE (MARTINICA)

"A revolução a se fazer na Martinica será em nome do pão, 
é claro, mas também em nome do ar e da poesia."     



RABRINDRANATH TAGORE

"Cada um de nós é como um verso isolado em um poema, 
ele sente perfeitamente que rima com outro verso 
e, deve encontrá-lo, 
sob pena de nunca alcançar sua própria realização."      




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Depoimentos publicados na Revista O CORREIO DA UNESCO
- Abril / Junho, 2011 (páginas 53 e 54)



sábado, 22 de novembro de 2014

MARIA DE LOURDES HORTAS : "LEGADO"



(RELEITURAS II)


Para amanhã e depois, mais tarde
àqueles que ainda gostam de chuva


para habitar enigmas
labirintos e prodígios


para ouvir
o silêncio de Deus


para não me perder de mim :
escrevo



(in "Fonte de Pássaros", 1999) 


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Transcrito do blog  
POESIA DE MARIA DE LOURDES HORTAS 
- http://mariadelourdeshortas.blogspot.com.br    






sábado, 1 de novembro de 2014

ANIVERSÁRIO, de Teresinka Pereira





Já passaram muitas
primaveras
com suas ameaças
de alergia...
As ilusões também passaram
com promessas impossíveis...
Entretanto, ainda escrevo
e cada palavra parece
tão nova como a primavera.
Amanhã começa
uma nova estação.  






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TERESINKA PEREIRA nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 
e vive em Ohio, Estados Unidos.  É presidente da IWA (Associação
 Internacional de Escritores e Artistas - Toledo, Ohio, EUA). 

sábado, 23 de agosto de 2014

O POEMA, de Mário Quintana





Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida
                                       para sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa
                                                             condição de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.  



(Do livro
 OS MELHORES POEMAS DE  MÁRIO QUINTANA) 



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Transcrito do blog DOMINGO COM POESIA  
(http://www.domingocompoesia.com.br) 

                           

quarta-feira, 23 de julho de 2014

PIER PAOLO PASOLINI : "AO PRÍNCIPE"







Se regressa o sol, se cai a tarde,
se a noite tem um sabor de noites futuras,
se um cochilo de chuva parece regressar
de tempos muito amados e jamais possuídos,
já não encontro felicidade nem no gozar nem no sofrer por isso :
já não sinto diante de mim toda a vida...
Para ser poeta há de ter muito tempo :
horas e horas de solidão são o único modo
para que se forme algo, que é força, abandono,
vício, liberdade, para dar elegância ao caos.
Eu, agora, tenho pouco tempo por culpa da morte
que vem logo, no anoitecer da juventude.  
Mas por culpa também desse nosso mundo humano
que tira o pão dos pobres, e dos poetas a paz.  




(Tradução de LUCAS LUCENA ROCHA, 
Recife, PE, 2014) 


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Colaboração de NENA MEIER
(Garanhuns, PE)    

sábado, 22 de fevereiro de 2014

SÓ OS POETAS TÊM LÍNGUA, de Juareiz Correya




"Minha Pátria é a minha Língua." 
                        (Fernando Pessoa)



Tua Pátria é a Língua Portuguesa,
Fernando Álvaro Alberto Ricardo Pessoa.  
A minha é a Língua Brasileira
com tudo de português e índio e negro que nela há.
Só os poetas têm Língua,
tu sempre soubeste disto.
A maioria dos homens não sabe nem quer saber
o que é uma Língua
(nem o valor que a Pátria tem).
Os doutores têm as suas Ciências
- o que não é uma Língua.
Os analfabetos não têm nem credo nem nada
- o que não é uma Pátria.  

Só os poetas têm Língua
e os homens que só escrevem
- mas não escrevem versos  -,
escrevem em qualquer língua
mas não escrevem a sua pátria.

Outra língua identifica qualquer homem
mas não identifica um poeta :
só a sua própria Língua
revela o poeta e a sua Pátria inteira.  




(Do livro inédito POEMAS DO NOVO SÉCULO)       

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

DECLARAÇÃO, de Lara Miranda




Poesia,
eu te amo assim mesmo
como tu és :
pobretona,
sem senso prático,
delirantemente sediciosa,
obsessiva artesã de simbolismo
ou trocando palavras
por abismos incomunicáveis.
E essa irresistível atração
por anátemas,
eu te perdoo, meu bem.
Depravada ou franciscana,
eu sei driblar teus excessos.
Eu te adoro.
Serei sempre teu,
minha deusa angustiada,
minha neguinha volúvel,
minha assanhada
escafandrista
do desconhecido.




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Do livro MARGINAL RECIFE - Coletânea Poética I 
Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura / 
Fundação de Cultura Cidade do Recife.  
Organizadores : Cida Pedrosa, Miró, Valmir Jordão 
- Recife, PE, 2002.