sexta-feira, 20 de março de 2015

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN : "A POESIA PEDE-ME APENAS A INTEIREZA DO MEU SER"







     "A poesia não me pede propriamente uma especialização, pois a sua arte é a arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me pede uma ciência, nem uma estética, nem uma teoria. Pede-me apenas a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade, mais pura do que aquela que eu possa controlar. Pede-me uma intransigência sem lacuna. Pede-me que arranque de minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura.  Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca durma, que nunca me esqueça. Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa e compacta."  
(ArtePoética I) 





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Transcrito da publicação ALGUMAS POETISAS PORTUGUESAS
DO SÉCULO XX, de Maria de Lourdes Hortas
- 17o. Encontro de Professores de Literatura Portuguesa
(Belo Horizonte, MG, 1999) 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

JUAREIZ CORREYA : "POESIA MODERNA"






Os poetas modernos 
brasileiros e portugueses 
são um pessoa 
com os seus múltiplos 
caeiros campos e reis 
e sentimentos drummundos 
bandeiras e pasárgadas  





(Jardim Atlântico /Olinda, 2005) 





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Do livro inédito POEMAS DO NOVO SÉCULO 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

MARISETE ZANON : "QUANDO O POETA ESCREVE O UNIVERSO RESPLANDECE"






Do útero já vim tatuada
meu destino sina
pariu-me poeta
porque todo poeta
é redundantemente sensibilidade
e neologismo
As convulsões
e as dores multiplicadas
por essa minha atitude despojada
de amar demais as palavras
de amar o impossível desconhecido
que apascenta corredeiras
e desestabiliza a brisa
são árvores a darem-me papel
e eu sou como a traça
que rói o meio dos poemas
onde pulsa o pulmão  do poema
e quando se rompe o casulo
espalham poemas pelos ares
porque quando o poeta escreve
o universo resplandece
e almas suspiram aliviadas.        




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MARISETE ZANON - Nasceu em São Paulo (SP), viveu em Porto 
Alegre (RS) e reside, atualmente, em Foz do Iguaçu (PR). 
Publica o blog Confissionarium (http://umolhardeconfissão.blogspot.com) 




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015








Banner criado para divulgação permanente 
em todos os blogs da ABLNE - 
Associação de Blogs Literários do Nordeste, 
a primeira associação regional 
de blogs literários do Brasil. 
(Criação de João Guarani  
- Recife, Pernambuco) 



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MARCELO MÁRIO DE MELO : "A LINGUAGEM POÉTICA"





     "Em lugar da escrita instrumental, objetiva e bem comportada, o poeta coloca a criatividade em primeiro plano e, se for necessário, transgride as regras e as limitações ditadas pela gramática, as convenções, os preconceitos ideológicos e linguísticos, a opinião pública, a moralidade e os jogos de interesses.  
     O poeta não segue uma pauta exterior, um esquema restrito como o que estudamos na linguagem instrumental e puramente comunicativa. Ele trabalha a palavra antenada com o mundo interior, a vida social e o cosmos, abrindo a sua sensibilidade para pensamentos, sensações, sentimentos, lembranças e visões.  A sua matéria prima são ideias, associações de palavras, imagens, ritmos, sonoridades, vibrações.  Com isto ele constrói o seu texto e o seu diferencial. Aí se resume a chamada liberdade poética."  (MARCELO MÁRIO DE MELO)




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(Trecho do artigo "A Linguagem Poética" 
  - Folha de Pernambuco / Opinião, página 8 
 - Recife, PE,  11 de novembro de 2014)

sábado, 3 de janeiro de 2015

NELSON ASCHER : "14 VERSOS"





Não zombes, crítico, da forma
que, além de poetas como Dante,
Quevedo ou Mallarmé durante
os séculos quando era a norma,


Púchkin, narrando com maestria
um duelo em seu Ievguêni Oniéguin
(num duelo desses morreria),
usou como outros não conseguem.


Sem rejeitar a própria era,
Drummond e Rilke, todavia,
levaram o soneto a extremos


de perfeição e, em sua cegueira,
Borges também, conforme via
mais do que nós, que vemos, vemos.



(Transcrito da seção POEMA / Caderno Programa - 
Folha de Pernambuco, Recife, novembro/ 2012)


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NELSON ASCHER nasceu em São Paulo (SP) 
no ano de 1958. Poeta, crítico, editor, tradutor.  
Traduziu os poetas T.S. Ellliot (EUA) e 
Herberto Padilla (Cuba).  Prêmio Portugal Telecom, 
em 2006, com o livro de poesia "Parte Alguma". 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

EM NOME DA POESIA : PABLO NERUDA, AIMÉ CÉSAIRE, RABINDRANATH TAGORE





PABLO NERUDA (CHILE)

"A poesia é sempre um ato de paz.  
 O poema nasce da paz como o pão nasce da farinha." 



AIMÉ CÉSAIRE (MARTINICA)

"A revolução a se fazer na Martinica será em nome do pão, 
é claro, mas também em nome do ar e da poesia."     



RABRINDRANATH TAGORE

"Cada um de nós é como um verso isolado em um poema, 
ele sente perfeitamente que rima com outro verso 
e, deve encontrá-lo, 
sob pena de nunca alcançar sua própria realização."      




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Depoimentos publicados na Revista O CORREIO DA UNESCO
- Abril / Junho, 2011 (páginas 53 e 54)