Do útero já vim tatuada
meu destino sina
pariu-me poeta
porque todo poeta
é redundantemente sensibilidade
e neologismo
As convulsões
e as dores multiplicadas
por essa minha atitude despojada
de amar demais as palavras
de amar o impossível desconhecido
que apascenta corredeiras
e desestabiliza a brisa
são árvores a darem-me papel
e eu sou como a traça
que rói o meio dos poemas
onde pulsa o pulmão do poema
e quando se rompe o casulo
espalham poemas pelos ares
porque quando o poeta escreve
o universo resplandece
e almas suspiram aliviadas.
____________________________________________________________
MARISETE ZANON - Nasceu em São Paulo (SP), viveu em Porto
Alegre (RS) e reside, atualmente, em Foz do Iguaçu (PR).
Publica o blog Confissionarium (http://umolhardeconfissão.blogspot.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário