sábado, 14 de fevereiro de 2015

MARISETE ZANON : "QUANDO O POETA ESCREVE O UNIVERSO RESPLANDECE"






Do útero já vim tatuada
meu destino sina
pariu-me poeta
porque todo poeta
é redundantemente sensibilidade
e neologismo
As convulsões
e as dores multiplicadas
por essa minha atitude despojada
de amar demais as palavras
de amar o impossível desconhecido
que apascenta corredeiras
e desestabiliza a brisa
são árvores a darem-me papel
e eu sou como a traça
que rói o meio dos poemas
onde pulsa o pulmão  do poema
e quando se rompe o casulo
espalham poemas pelos ares
porque quando o poeta escreve
o universo resplandece
e almas suspiram aliviadas.        




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MARISETE ZANON - Nasceu em São Paulo (SP), viveu em Porto 
Alegre (RS) e reside, atualmente, em Foz do Iguaçu (PR). 
Publica o blog Confissionarium (http://umolhardeconfissão.blogspot.com) 




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015








Banner criado para divulgação permanente 
em todos os blogs da ABLNE - 
Associação de Blogs Literários do Nordeste, 
a primeira associação regional 
de blogs literários do Brasil. 
(Criação de João Guarani  
- Recife, Pernambuco) 



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MARCELO MÁRIO DE MELO : "A LINGUAGEM POÉTICA"





     "Em lugar da escrita instrumental, objetiva e bem comportada, o poeta coloca a criatividade em primeiro plano e, se for necessário, transgride as regras e as limitações ditadas pela gramática, as convenções, os preconceitos ideológicos e linguísticos, a opinião pública, a moralidade e os jogos de interesses.  
     O poeta não segue uma pauta exterior, um esquema restrito como o que estudamos na linguagem instrumental e puramente comunicativa. Ele trabalha a palavra antenada com o mundo interior, a vida social e o cosmos, abrindo a sua sensibilidade para pensamentos, sensações, sentimentos, lembranças e visões.  A sua matéria prima são ideias, associações de palavras, imagens, ritmos, sonoridades, vibrações.  Com isto ele constrói o seu texto e o seu diferencial. Aí se resume a chamada liberdade poética."  (MARCELO MÁRIO DE MELO)




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(Trecho do artigo "A Linguagem Poética" 
  - Folha de Pernambuco / Opinião, página 8 
 - Recife, PE,  11 de novembro de 2014)

sábado, 3 de janeiro de 2015

NELSON ASCHER : "14 VERSOS"





Não zombes, crítico, da forma
que, além de poetas como Dante,
Quevedo ou Mallarmé durante
os séculos quando era a norma,


Púchkin, narrando com maestria
um duelo em seu Ievguêni Oniéguin
(num duelo desses morreria),
usou como outros não conseguem.


Sem rejeitar a própria era,
Drummond e Rilke, todavia,
levaram o soneto a extremos


de perfeição e, em sua cegueira,
Borges também, conforme via
mais do que nós, que vemos, vemos.



(Transcrito da seção POEMA / Caderno Programa - 
Folha de Pernambuco, Recife, novembro/ 2012)


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NELSON ASCHER nasceu em São Paulo (SP) 
no ano de 1958. Poeta, crítico, editor, tradutor.  
Traduziu os poetas T.S. Ellliot (EUA) e 
Herberto Padilla (Cuba).  Prêmio Portugal Telecom, 
em 2006, com o livro de poesia "Parte Alguma". 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

EM NOME DA POESIA : PABLO NERUDA, AIMÉ CÉSAIRE, RABINDRANATH TAGORE





PABLO NERUDA (CHILE)

"A poesia é sempre um ato de paz.  
 O poema nasce da paz como o pão nasce da farinha." 



AIMÉ CÉSAIRE (MARTINICA)

"A revolução a se fazer na Martinica será em nome do pão, 
é claro, mas também em nome do ar e da poesia."     



RABRINDRANATH TAGORE

"Cada um de nós é como um verso isolado em um poema, 
ele sente perfeitamente que rima com outro verso 
e, deve encontrá-lo, 
sob pena de nunca alcançar sua própria realização."      




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Depoimentos publicados na Revista O CORREIO DA UNESCO
- Abril / Junho, 2011 (páginas 53 e 54)



sábado, 22 de novembro de 2014

MARIA DE LOURDES HORTAS : "LEGADO"



(RELEITURAS II)


Para amanhã e depois, mais tarde
àqueles que ainda gostam de chuva


para habitar enigmas
labirintos e prodígios


para ouvir
o silêncio de Deus


para não me perder de mim :
escrevo



(in "Fonte de Pássaros", 1999) 


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Transcrito do blog  
POESIA DE MARIA DE LOURDES HORTAS 
- http://mariadelourdeshortas.blogspot.com.br    






sábado, 1 de novembro de 2014

ANIVERSÁRIO, de Teresinka Pereira





Já passaram muitas
primaveras
com suas ameaças
de alergia...
As ilusões também passaram
com promessas impossíveis...
Entretanto, ainda escrevo
e cada palavra parece
tão nova como a primavera.
Amanhã começa
uma nova estação.  






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TERESINKA PEREIRA nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 
e vive em Ohio, Estados Unidos.  É presidente da IWA (Associação
 Internacional de Escritores e Artistas - Toledo, Ohio, EUA).