Ver na queimada
o verde milharal.
Na pedra muda,
outras vozes dos Ventos ressoando.
Na luta infinda do viver
inda querer
os rebates do Amor.
Na ante-Morte do sono descobrir
os dons da Vida formatando sonhos.
Em madrugadas entrever poentes
e na escuridão o meio dia.
Que vendo, pressentindo e descobrindo
o que ninguém talvez perceberia
faz-se o Poema, pois a Poesia
nada mais é do que ter na semente
a flor, e até na Dor, Vida, somente.
OLÍMPIO BONALD NETO
(Olinda, 6a.-Feira da Paixão, 2004)
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Transcrito do livro VIDA E POESIA,
de Olímpio Bonald Neto
- Edições Bagaço, Recife, 2010
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