Ferreira Gullar
(Rio de Janeiro, RJ, 1980)
SUBVERSIVA
A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
desrespeita o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera : beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país
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Poema do livro NA VERTIGEM DO DIA
(Editora Civilização Brasileira,
Rio de Janeiro, RJ, 1980) /
Transcrito da Revista POESIA
- Nordestal Editora, Recife, PE,
agosto e setembro, 1980
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