"É a poesia que denuncia a mediocridade de todos nós.
É ela, a poesia, num país desenvolvido (?) economicamente ou num miserável, que nos tira da futilidade. "A Beleza é um modo de permanência da verdade, enquanto eclosão", disse Heidegger, quer o poeta se inquiete diante da injustiça social ou se perturbe com a sua condição cósmica. A poesia tanto espiritualiza quem a faz, como quem a lê. Por outro lado, sem ser didática ou "produto"econômico", dá ao ser a sua dimensão existencial, a sua dignidade social, quer o poeta esteja falando da fome da África ou não.
A constatação é simples : ao mundo mergulhado no horror, no vício, no fanatismo, na opressão, a poesia mostra um caminho claro do sensível, e é Heidegger quem aponta e convida para essa jornada do Ser, porque afinal, Poesia, Verdade e Ética nos fazem dialogar com o Bem." (ASSIS BRASIL)
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Do texto "Para que Poetas", de Assis Brasil,
publicado na antologia A POESIA CEARENSE
DO SÉCULO XX
- Imago Editora / Fundação Cultural de Fortaleza,
Rio / Ceará, 1996.
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