Em seguida, apresentei o meu livro, que, ao registrar a gênese da minha poesia, em janeiro de 1970, evidencia a presença da Cidade dos Palmares, e a minha relação direta com a sua poesia e os seus poetas, "nos caminhos que vão e voltam" do meu itinerário poético. Em minha palestra, que transformo sempre em um recital aberto e ordenado cronologicamente para melhor compreensão do livro apresentado, destaquei vários poemas de publicações e períodos distintos : "História de Província" (POETAS DOS PALMARES, 1973), "Poema para Lea" (AMERICANTO AMAR AMÉRICA, 1975), "Passagem na Ponte" (RECITY RECIFE, 1976), "Melhor é Amar" (O AMOR É UMA CANÇÃO PROIBIDA, 1979). E também fiz uma leitura fragmentada do texto "A Palavra AMERICANTO", inserido no final do volume, no qual relevo a origem do poema-título "Americanto Amar América", em São Paulo, quando eu tinha 21 anos de idade (1972), até o dia em que tomou forma definitiva em Palmares e foi publicado no Recife (1975). A palavra AMERICANTO, como está evidenciado em mais de 70 mil registros na Internet (Google), nascida com o meu poema, no ano da sua publicação, eclodiu depois em corações e mentes do Brasil (no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo), da América (Argentina, Chile, Bolívia, México, Estados Unidos) e até na Europa (França,Itália), por causa da sua "força agregadora e tão bem identificada com a alma latino-americana."
Encerrei a apresentação do meu livro com a leitura dos quatro cantos/estrofes iniciais do "Americanto Amar América" (são nove cantos/estrofes). Assim começa o poema :
"América
mulher de carnes cruas pregadas no meu peito
como colunas de ventos colossais
meus gritos são alegria de tambores
& montanhas de plástico
são doces campos de açúcar
& rios de sangue cheios de troncos negros
queimados na dança dos teus cabelos
que a noite estupra gargalhadando"
(Texto de JUAREIZ CORREYA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário